segunda-feira, 12 de abril de 2010

E que minha loucura seja perdoada

Hoje (dia 11, porque eu ainda não dormi) foi daqueles dias que não deu certo. Tinha que estudar pras provas de antropologia e estatística, ler dois textos do Marx, e os textos das aulas de amanhã. Pergunta se eu consegui? Nada! Literalmente nada. O pior é que eu passei umas 4 horas estudando antropologia mas não li nem o texto do Boas nem do Mauss, que é o que vai cair na prova.
(Adoro o nome deles! *--* Tem até a comunidade:
Tu tá Mauss?Eu tô de Boas!)

Também assisti 'Policarpo Quaresma, herói do Brasil', e planejava até escrever sobre o filme. Mas de novo, meus planos não deram certo. Faltou ânimo.

Mas então sobre o que é esse post tão tristonho e desanimado?
Sobre um poema!

Cheguei por um acaso, desses de internet, pulando de blog em blog, ao blog da Ester L. Benitah e na descrição do perfil dela tinha um verso de um poema que meu último professor de história do Brasil (Rodrigo... não me peçam pra lembrar o sobrenome >.<) declamou no último dia de aula do cursinho. Me lembro que tinha achado imensamente lindo o poema, ainda mais com a paixão com que foi declamado. E que tinha planejado procurar na internet quando chegasse em casa, mas acabei me esquecendo... Então por tudo que é planejado e não funciona, e pelas surpresas que o acaso traz, vou deixar aqui o poema a que me refiro. Boa semana pra gente!

Metade
Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.

4 comentários:

  1. Esse é um dos poemas mais lindos que eu já li. Vi pessoas chorarem, inclusive, com a interpretação que o Oswaldo Montenegro faz dele.
    Muitíssimo obrigada pela visita viu?!
    Tô te seguindo aqui.
    Beijos.

    ResponderExcluir
  2. Esse poema é maravilhosamente lindo !!!
    Amei *--*
    Tem razão de teres gostadooO.
    Um beijo,more !<33

    ResponderExcluir
  3. Muito lindo o poema, me identifiquei ^^
    como sempre tenho que colocar a melhor parte, então ai vai:
    Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
    Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
    Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

    ResponderExcluir
  4. Caraca!
    Engraçado, meu professor de história do Brasil também se chamava Rodrigo, e o mais engraçado ainda é que ele também recitou o mesmo poema.
    E o mais engraçado e que eu não me lembro de estudar com a Morgana, no cursinho.

    O poema é muito bom, mas o nosso ex-professor, quase certeza que é o mesmo, tem que mudar o repertorio.

    Ciências Sociais é muito cansativa, u.u
    mas o pior que eu amo ela.

    Vamos nos sair bem nas provas. _o/

    "Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
    Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão."

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...