terça-feira, 27 de abril de 2010

Histórias Brasileiras de Verão

Atualização sobre o desafio 50 livros em 2010: li o quinto livro do ano - Histórias Brasileiras de Verão, de Luis Fernando Veríssimo. É uma seleção de crônicas bem gostosinhas de ler. Gosto bastante do humor do LFV.
"Todo homem é ele e a sua vizinhança. E se é verdade que o maior mistério e desafio do homem é sempre o outro, então o vizinho é o outro na sua versão mais radical. É o outro do lado." [pág 183]
Nesse livro são várias as crônicas sobre relacionamentos, que vão desde o inicio de namoro até o fim do casamento. Devo confessar que achei algumas um tanto machistas, mas creio que seja mais porque ele retrata bem como é a sociedade de classe média brasileira. Uma das que eu achei mais interessantes foi a "Cuidado com o que você pede": existe uma surpresa no fim do texto que ajuda a exemplificar bem o que é a crônica. Diálogo entre um homem e a Luana Piovani, sozinhos numa ilha deserta:
" - Como é que eu ia saber que a pergunta não era hipotética? Que quando o cara me perguntou que livro, que filme e que mulher eu levaria para uma ilha deserta, não era pesquisa? Que ele ia interpretar não como um sonho, mas como um pedido?
- Você devia ter desconfiado do turbante." [pág 65]
Por falar na Piovani, ela é a paixonite platônica do Luis Fernando. Nesse livro, são duas as crônicas que citam ela. Em uma entrevista/conversa entre o escritor e o amigo, também escritor, Marcelo Rubens Paiva,
Verissimo: Meu sentimento pela Luana Piovani é avuncular.
Marcelo: Isso tem cura?
Verissimo: Nunca soube bem o que quer dizer isso, mas é um sentimento sincero, e nunca passará disso. Até ela telefonar, claro.
Fofocas literárias de lado, fica a dica para uma leitura leve. LFV é uma boa companhia e ajuda a distrair a mente dos Foucault e Florestan da vida. E ele solta cada uma:
"Acabei encontrando meus sapatos, que não tinham fugido, só ido dar uma volta. Mas desde então não tiro mais os sapatos em cinema. Ou tiro um de cada vez. Claro que não penso seriamente que eles vão fugir, que idéia. Mas se por acaso existe o plano, sei que um não ira sem o outro." [pág 269]

Beijocas ;)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Goiânia em Cultura

Terça, depois de pensar bem, eu decidi pegar um núcleo livre. A disciplina chama-se "Museus, Museologia e interdisciplinariedade", e a professora é a Manuelina. Em pleno feriado tivemos aula no MIS, Museu de Imagem e do Som de Goiânia, e foi muito interessante. O museu está com uma exposição temporária (até dia 07 de junho) chamada "Mulheres - ritos e retratos": é uma exposição fotográfica que tem como tema central a mulher goiana do período compreendido entre 1910 e 2010. Focaliza a mulher em diferentes situações sociais, como o casamento, a maternidade, a família e o trabalho.


mulher não identificada da década de 1960, Alois Feichtenberger.
(Adesivo da decoração do corredor que
leva à exposição Mulheres - ritos e retratos)

Quem nos guiou foi a Stela H. Figuereido, diretora do MIS e curadora dessa exposição. Gostei quando ela falou sobre como é visitar uma exposição mais de uma vez: você sempre tem percepções novas, descobre detalhes que antes passaram despercebidos, conhece novos pontos de vistas quanto é guiado por outra pessoa... Sobre o guia, ela estava comentando que também é fotógrafa, e isso lhe dá uma olhar mais direcionado nessa área, logo seus comentários são diferentes de uma pessoa que é historiadora e faça o mesmo trabalho de guiar os visitantes do museu. Isso me lembrou uma veterana brincando no chat de ciências socias que não iria no Museu Antropológico na Semana de Calouro, porque já tinha visitado o museu antes. Acho que valer rever isso, né?

Estou planejando visitar novamente tanto a exposição do MIS, quanto a do Museu Antropológico, além de ir conhecer o Museu Goiano Zoroastro Artiaga (que está com a exposição fotográfica "Não iremos mais à mina - os últimos mineiros de carvão"). Seria legal reunir uma turma para isso, então quem tiver interesse já deixa um comentário no fim desse post! \o/

O MIS fica no Centro Cultural Marieta Telles Machado (seria preciso outro post para colocar as bibliotecas que levam o nome dela!), que possui também: o Cine Cultura Eduardo Benfica, a gibiteca Jorge Braga, a sala multimeios (onde a comunidade tem acesso aos acervos fonográficos e videográficos do Museu da Imagem e do Som), uma biblioteca em Braille e a Biblioteca Pio Vargas. Além de abrigar o escritório do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA).


Falando no FICA, quarta-feira (no dia da minha visita ao MIS), o júri estava reunido no Cine Cultura assistindo e selecionando os filmes do festival desse ano. Eles estão nesse trabalho à mais de mês! Quem quer ir no FICA em 2010 levanta a mão. \o/

Comentem no post mais cultural desse blog.
X.O.X.O. (Beijinhos)


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ciências Sensuais

Na primeira aula de dança do ventre (no início de março), a professora Elô reuniu a turma e perguntou porque queríamos aprender esse tipo de dança. A maioria das respostas incluía: porque é uma dança sensual. Argumento que eu também utilizei (depois de dizer que melhora a auto-estima, faz bem pro corpo feminino, e que eu tinha curiosidade pela cultura da qual a dança do ventre deriva)!
E para a surpresa da maioria, a Elô falou que a sensualidade da dança estava na maneira de se dançar. E lembrou que quando é dançada por crianças não é pra ser sensual, e sim alegre! Tudo depende das expressões faciais e da intenção da dançarina. Ver a Elô dançando me tira essa concepção da dança do ventre, já que o que ela quer passar na dança é felicidade. Seus sorrisos são quase pueris e torna o clima da dança outro.

A Elô sorrindo! (foto by: Maria Clara)

Quando eu escolhi fazer, além das aulas de dança do ventre, aulas de Street Dance, eu pensei que seria uma coisa mais "mano"! Bem oposto à sinuosidade da primeira. Hoje eu percebi que me enganei (de novo!).

Na aula de Street já estamos começando (nós não, o Rafael!) a montar a coreografia da apresentação de fim do ano, e vamos dançar um mix de várias músicas. Entre elas está Video Phone, da Beyoncé com participação da Lady Gaga (que está bem sem-gracinha nesse clipe) :



Para essa música vamos usar os estilos Street Jazz e Ragga (pelo que lembro do Rafael falando). Existem vários estilos para dançar Street, mas foi quando esses dois foram explicados que eu me surpreendi. O Rafael, professor de Street, estava tentando explicar o "Feeling" da música e do estilo que ela pede. São passos exibicionistas, grandes, pra chamar a atenção.
O primeiro passo era
andar. Simples, né!? Mas andar rebolando, jogando o quadril pra lá e pra cá de maneira que se possa cantar junto com a Beyoncé "They like the way I'm walkin' ", e ainda fazendo um movimento com as mãos como quem esnoba aqueles que está atraindo.
"É uma dança sensual!" concluiu o professor depois das sutilezas com que disse que é uma dança com segundas intenções, feita pra seduzir.

Agora vamos a dificuldade: conversando com a Thamires, uma colega da aula de Street, chegamos a conclusão que o mais difícil não é executar os passos, e sim perder a vergonha. É preciso manter o "carão" e baixar a Beyoncé ainda que por 1 minuto apenas. ;)

Para terminar, um vídeo de uma pequena sequência de outro estilo criando pela Madona nos anos 80:



Viva as ciências sensuais (hahaha) !
Beijokas xD

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Primeira prova

Enfim chegou a temida prova de Estatística I: minha primeira prova na universidade!
Tinha muita gente nervosa e com medo da prova. Compreensível. Afinal num curso de ciências sociais não se espera que os alunos tenham muita afinidade com ciências exatas.
Eu não estava bem preparada pra prova. Infelizmente. Porque estava fácil, mas... eu não consegui me organizar ainda com os estudos (= não estudei!) .
Quem me dera ter uma Hermione para organizar meu horário de estudo.

" Hermione, no entanto, tinha mais no que pensar do que na Pedra Filosofal. Começara a programar suas revisões e a marcar a cores suas anotações de aula para classificá-las. Harry e Rony não teriam se importado com isso, mas ela não parava de chateá-los para fazerem o mesmo.
- Hermione, os exames estão a séculos de distância.
- Dez semanas - retorquiu Hermione. - Não são séculos, é como um segundo para Nicolau Flamel.
- Mas nós não temos seiscentos anos - lembrou-lhe Rony. - Em todo o caso, o que é que você está revisando se já sabe tudo?" (Harry Potter e a Pedra Filosofal, pg 197)
Aproveitando a citação, vamos marcar na lista: quarto livro dos cinquenta. OK!
Terminei hoje o HP1 e não escolhi o quinto ainda. Talvez seja Frankenstein.

Nos últimos dias eu levei minha câmera para UFG, e tirei umas fotos legais. Vou postando aos poucos e assim que eu editar os vídeos dos ladrões de lanche (= macacos) eu coloco aqui no blog.


Coleguinhas estudando na véspera da prova


monitoria de estatística (dia 14/04)


Última revisada antes do Leão entrar na sala

Por hora é só. Beijokas!
(E vamos começar o semestre pra valer, né!?)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

E que minha loucura seja perdoada

Hoje (dia 11, porque eu ainda não dormi) foi daqueles dias que não deu certo. Tinha que estudar pras provas de antropologia e estatística, ler dois textos do Marx, e os textos das aulas de amanhã. Pergunta se eu consegui? Nada! Literalmente nada. O pior é que eu passei umas 4 horas estudando antropologia mas não li nem o texto do Boas nem do Mauss, que é o que vai cair na prova.
(Adoro o nome deles! *--* Tem até a comunidade:
Tu tá Mauss?Eu tô de Boas!)

Também assisti 'Policarpo Quaresma, herói do Brasil', e planejava até escrever sobre o filme. Mas de novo, meus planos não deram certo. Faltou ânimo.

Mas então sobre o que é esse post tão tristonho e desanimado?
Sobre um poema!

Cheguei por um acaso, desses de internet, pulando de blog em blog, ao blog da Ester L. Benitah e na descrição do perfil dela tinha um verso de um poema que meu último professor de história do Brasil (Rodrigo... não me peçam pra lembrar o sobrenome >.<) declamou no último dia de aula do cursinho. Me lembro que tinha achado imensamente lindo o poema, ainda mais com a paixão com que foi declamado. E que tinha planejado procurar na internet quando chegasse em casa, mas acabei me esquecendo... Então por tudo que é planejado e não funciona, e pelas surpresas que o acaso traz, vou deixar aqui o poema a que me refiro. Boa semana pra gente!

Metade
Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.

sábado, 10 de abril de 2010

50 livros em 2010 : EU TOPO

É meu segundo mês de vida universitária e eu já tenho vários compromissos:
~ participo da revista de graduação Senso Comum;
~ do Grupo Dialética e Sociedade;
~ do projeto de pesquisa do Prof. Nildo Viana, "O Universo Fictício de Ferdinando - Quadrinhos e Crítica Social" (uma participação não-oficial, mas ainda sim uma participação);
~ faço aulas de dança: street e dança do ventre (hihi);
~ e é claro, ainda tem as aulas (Antropologia 1, sociologia 1, ciência política 1, MTPS 1 e estatística1) e seus milhares de textos.

Pois bem, seguindo o conselho da professora Eliane (Sociologia 1) vou me esforçar para conseguir tempo para os livros literários. E para dar um empurrãozinho a mais decidi participar do desafio/campanha criado pela
Sabrina Vaz:


Vamos ver no que vai dar começar essa campanha com 4 meses de atraso. Até o dia 10 de abril de 2010 eu já li 3 livros:
~ O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
~ Uma Vida Interrompida, de Alice Sebold
~ A Revolução dos Bichos, de George Orwell

Só faltam 47, bobagem! (hahaha)

Eu estou lendo (relendo pra ser mais exata) Harry Potter e a Pedra Filosofal e estou me divertindo muito. Li esse livro em 2000 (tinha 10 aninhos só) e dez anos depois estou gostando da experiência de perceber detalhes que antes passaram batido e agora se encaixam com o desfecho do livro e de outros acontecimentos da série.
Fico imaginando como deve ser estranho uma pessoa do meu tamanho lendo HP dentro do ônibus e rindo. Parte da culpa é do Dumbledore, que tem as frases mais sem noção:

"- Ia ser uma graça se, no próprio dia em que Você-Sabe-Quem parece ter finalmente ido embora, os trouxas descobrissem a nossa existência. Suponho que ele realmente tenha ido embora, não é, Dumbledore?
- Parece que não há dúvidas. Temos muito o que agradecer. Aceita sorvete de limão?
- Um o quê?
- Um sorvete de limão. É uma espécie de doce dos trouxas de que sempre gostei muito.
- Não, obrigada - disse a Profa. Minerva com frieza, como se não achasse que o momento pedia sorvetes de limão." (pag. 14)
Harry Potter é uma terapia pra mim. Quando fui fazer meu primeiro vestibular (em 2007, para Audiovisual na USP) tirei uma semana pra me preparar psicologicamente para a prova: desacelerei o ritmo dos estudos e comecei a ler Harry Potter e as Relíquias da Morte (o sétimo livro). Fiquei calminha calminha. Fiz a prova em Riberão Preto, e na viagem de volta já sabendo que não tinha passado, quem me fez companhia foi o Harry Bobo (como disse um professor de história certa vez).

Aproveitando a temática literária, já vou deixar o aviso: não se assustem se eu colocar frases dos livros que eu estou lendo no final do post. Eu adoro anotar frases legais!

Se alguém quiser participar da campanha dá uma lida no post original da Sabrina
clicando AQUI!

inté :)

FINALMENTE UNIVERSITÁRIA!

Depois de dois anos de cursinho, de toda esperança e estresse com vestibular da FUVEST e da obsessão(?) com Audiovisual, sou finalmente CALOURA! Observação: de Ciências Sociais na UFG!

Como primeiro post do blog, talvez seja necessária uma apresentação. Tá vendo essa pessoa feliz suja de tinta ai em baixo?



Bem, essa sou eu! Morgana Sousa Assunção. Mas pode me chamar de Mog :) Olha que bonito meu nome na lista de aprovados! (Momento glamour)

Passei em primeiro lugar, e fiquei feliz com isso, principalmente porque meus pais enchem a boca pra contar isso pra quem quer que seja.
Como é tradicional em Goiânia, fui comemorar no (Parque) Vaca Brava. Devo confessar que estava receosa, com tantas histórias de trote que a gente vê na TV, mas tudo correu tranquilamente lá. Já ia contar como os olhos dos veteranos brilhavam quando ouviam que eu era primeiro lugar: "Ahhhh! Trote especial nela!" e ai vinham mais ovos e farinhas... Mas vou me conter e deixar pra contar como foi o trote depois, e vou continuar na linha de 'post introdutório'.

FINALMENTE UM BLOG!
Desde o ano passado, com as provas do vestibular chegando que eu queria criar um blog pra relatar a vida estressante de vestibulando, depois a alegria da aprovação, a bagunça do trote, e a vida nova na universidade. Porém a ideia não vingou, e esse blog já começa na última fase: A VIDA NOVA NA UNIVERSIDADE! E pode falar, a fase mais emocionante.
Minhas aulas começaram dia 22 de fevereiro, e o blog está 'nascendo' dia 10 de abril. Desconsiderem essas diferenças de datas e sintam-se convidados à acompanhar o blog!

Beijo :)
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