domingo, 27 de fevereiro de 2011

[DL2011] Charlie Chaplin

Enquanto eu caminhava entre as estantes da feira de troca de livros, vi dois olhos tristes me encarando. Talvez seja exagero meu. Talvez eu nem os tenha notado naquele dia. Mas hoje, tentando escrever sobre o livro que tem na capa esses olhos, percebo o quanto gosto deles. Entre a cartola e o bigodinho característicos, foram os olhos do Charlie Chaplin que eu descobri depois de ler sua biografia.

Se não tenho certeza quanto aos olhos, posso afirmar que no dia em que vi o livro, fiquei em dúvida se ficava ou não com ele. "Nossa, a biografia do Charlie Chaplin, que legal!" - devo ter pensado - "Ah, mas é dessas coleções de biografias fininhas... 'Personagens que mudaram o mundo - Os grandes humanistas'. Será que é confiável?!".

"Charlie Chaplin", de Pam Brown, pode até ser confiável em suas 64 páginas, mas graças à David Robinson e a biografia de sua autoria "Chaplin, Sua Vida e Arte". Isso por que a impressão que eu tive foi que a obra da Brown é um resumo da obra do Robinson, que é sempre citada, e que recebe até mesmo um agradecimento no início do livro. Mas é um resumo bem feito, diga-se de passagem: com capa dura e muitas imagens. Sem contar que me deixou com vontade de ler mais sobre o Chaplin, e de assistir seus filmes - e é com vergonha que eu admito nunca ter assistido nenhum filme inteiro dele.

Chales Spencar Chaplin deve uma vida de contos de fadas moderno. Teve uma infância difícil do lado do irmão e da mãe, que era a responsável por encantar a vida do filho com brincadeiras envolvendo mímicas e por colocá-lo em situações críticas quando ela tinha crises de saúde e ficava internada. Viveu a pobreza da Inglaterra do fim do século XIX, e levou muito de sua vivência aos seus filmes, em que tanto se dedicou. Filmes que o tornaram famoso no mundo todo. Uma das coisas mais curiosas da vida dele é que Charlie, que se considerava um cidadão do mundo, foi acusado de ser comunista e exilado dos EUA durante o macartismo. Morreu velhinho, aos 88 anos, dormindo na manhã de natal.
"Eu não ria de Charlie até chorar. Na verdade, eu ria para não chorar, o que é bem diferente." Um crítico de cinema.
Adorei conhecer um pouco mais sobre o cara da cartola/bigode/bengala, e descobrir sua vida e olhos incríveis. *o*

Beijokas e inté.

Obs.: pular carnaval é para os fracos. Esse ano eu quero é uma sessão do Vagabundo mais doce do mundo. ;D

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A crise do terceiro período

"Nas férias eu perco total interesse no meu curso. Isso é normal Dr.? u.u'"
"Acho que com excesso de tempo livre pra pensar, percebo que não sei nada do que estudei ano passado e me pergunto o que tô fazendo nas CS."
"Queria escrever sobre meu primeiro ano de curso, mas eu ando tão desanimada com ele que tenho até medo do que eu escreveria."
"Demos aos calouros sua 1º decepção com o curso logo no 1º dia, para se acostumarem e terem um motivo pra seguir logo o @ ;D"
Oie todo mundo,
as frases acima foram tiradas do meu twitter e mostram minha recente falta de animação com o curso de Ciências Sociais. Tendo criado o blog com o intuito de comentar as passagens da vida universitária, me parece compreensível que eu conte aqui como estou me sentindo em relação ao curso - mesmo que não seja um sentimento agradável ou motivador (sorry calouros!).

"Por que você escolheu Ciências Sociais?" - me pergunta o professor.
"Bem, escolhi esse curso pois me interesso muito pela sociedade; gostaria de entender melhor como nos relacionamos..." - ops! Não... acho que não foi isso que eu respondi ano passado na minha primeira semana de aula.

Talvez meus problemas comecem aí: não consigo me lembrar porque estudo o que estudo. Nesse momento, talvez eu estude porque é o curso em que estou matriculada. Mas isso não me basta (e na verdade só me deprime), por isso estou me desafiando a descobrir o porquê de fazer Ciências Sociais. E tenho um semestre para isso.

Devo gostar de desafios, pois já me sinto mais animada.
Beijokas e inté :)

Obs.: Talvez a crise do terceiro período seja na verdade a crise dos vinte anos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

[DL2011] Lampião, Lancelote e minha Maria Bonita

Eu estava na biblioteca do SESC Universitário fazendo minha lista para o Desafio Literário. Tema de janeiro (sim, esse post está atrasado, sorry! >.<'): Literatura Infanto-Juvenil. Quando vou na estante desse gênero, eis que eu vejo um grande livro fino chamado "Lampião e Lancelote". COMO ASSIM? Pego-o na mesma hora já apaixonada.
Eu tenho um apreço muito grande pela cultura do nordeste brasileiro
e pela medieval européia, britânica principalmente. Sentimentos, acredito que inicialmente, influenciados por minhas origens: o primeiro por causa da origem nordestina da minha família materna; e o segundo pela origem do meu nome (Morgana, personagem das lendas do Rei Arthur). Então o livro pra mim foi um presente, que foi devidamente anotado na minha lista de desejos.

Li o livro em outra visita à biblioteca, enquanto deveria estar estudando para um seminário (algo comum, vide meu post sobre O Pequeno Príncipe). Ele conta sobre o encontro dos dois personagens do título, tendo o Lancelote chegado ao sertão brasileiro por um portal escondido nas brumas pela Morgana (sempre diva!). Eles não se entendem e está armada a confusão:
"Cavaleiros da Europa
Contra cabras do sertão
Era lança flecha espada
Muita armadura quebrada
Muita peixeira na mão"
O livro é absurdamente bem trabalhado. O autor, e ilustrador Fernando Vilela, apresenta cada personagem e usa o estilo literário próprio de cada cultura para fazê-lo: usa a métrica do cordel nas falas do Lampião, enquanto as do cavaleiro têm características dos duelos escritos por José Costa Leite. Tá! Essa parte do JCL eu aprendi no final do livro, onde ele, cuidadosamente, explica sobre o texto (coisas como: "sextilha heptassilábica", "esquema de rima ABCBDB", "sílabas poéticas", e outras coisas interessantes que eu aprendi apenas no cursinho!) e as ilustrações do livro. As ilustrações são se encher os olhos, sendo o prata usado nos detalhes do Lancelote e o cobre, nos do cangaceiro.

Agora conversemos um pouco sobre o tal do cangaceiro, que tornou minha leitura ainda mais emocionante e emocionada. Sem querer tomar partido sobre o Lampião, o narrador diz que alguns o viam como herói e outros como bandido. Diz também que os cangaceiros estavam próximo de Mossoró, cidade que guardo na mente como sendo a dos meus avós.

Se eu pudesse dedicar a leitura desse livro à alguém, seria aos meus avós Francisca e Antônio Tenório. Principalmente a ela, minha Maria Bonita, que partiu alguns dias antes da minha leitura. Se eles estivessem aqui, eu poderia ler da maneira como tive vontade na biblioteca, alto, com todo estilo que o cordel exige e com o carinho que os avós merecem.

Na festa de 50 anos de casados: meus avós, minha prima Sara e eu *o*

Desculpem-me pelas resenhas pouco ortodoxas, mas livros estão sempre nos afetando emocionalmente, e às vezes é bom deixar transparecer. Despeço-me aqui deixando algumas observações para os mais curiosos e atenciosos.

Beijokas e inté.
:D

Obs.1: Minha vó costumava contar uma história de sua infância, de quando ela viu o Lampião e seu bando chegando em Mossoró. Não me lembro de tudo. Só da parte que quando os cangaceiros se aproximaram, um primo dela estava no mato fazendo suas necessidades até que os viu e saiu correndo tentando subir as calças. "É um jumento que tá correndo ali no mato?" grita um dos cabras do rei do cangaço. Eu sempre ria! :D

Obs.2: Em 2007 eu fiz um vídeo de presente de aniversário para a minha vó, que deixo disponível aqui para vocês. Ele começa com uma música que ela gostava de cantar, e que é a minha razão para chamá-la de Maria Bonita - além de suas qualidades de guerreira e seu amor e companheirismo por seu marido.



Ob.3: Preciso dizer que o livro tá mais que recomendado? Lindo, lindo! Parábens Fernando Vilela.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

[DL2011] Feira de troca de livros com a autora Maria de Regino e seus livros

Oie todo mundo!

Seguindo o Desafio Literário 2011, em janeiro eu li três livros infanto-juvenis: "Código secreto" e "Tem acento?", ambos da Maria de Regino; e "Lampião e Lancelote", de Fernando Vilela. Com pouco tempo para ler, tendo que me dedicar à disciplina de verão que eu estava fazendo, escolhi os livros da Maria de Regino pois eram pequeninos e careciam da minha atenção desde novembro de 2010, quando os ganhei em uma feira de troca de livros.

A feira merece um parágrafo à parte. Depois de ter o ensaio de Street Dance cancelado, fui nessa feira de troca de livros (minha primeira!) com alguns livros infantis na bolsa. Tendo chegado tarde, a funcionária do SESC me deixou trocá-los por livros "adultos": "Noite na Taverna", do Álvares de Azevedo; um livro de vários autores intitulado "O anel de polícrates e outras histórias"; o curioso "Arte e técnica do beijo" de Victor Bessat; e o que eu mais quero ler, "Mentiras do Rio", do Sergio Léo. Além destes, fui embora com os livros da Maria de Regino, que ganhei depois de uma "conversa com a autora" lá na feira.

A Maria de Regino contou da dificuldade que é escrever para crianças, de como é importante um bom ilustrador e como é difícil conseguir... Comentou um pouco sobre cada um de seus livros e da vida corrida de professora universitária (SIM! Ela é professora da Faculdade de Letras da UFG) e no final autografou suas duas últimas obras, que foram distribuídas.



O primeiro livro que eu li foi O Código Secreto, que conta a história de duas meninas, Luísa e Vera, que trocam bilhetinhos (escritos em um código só delas) durante as aulas. Quem é que nunca fez isso, né gente?! O mais legal é que elas estão "assistindo" uma aula de português sobre aquela regrinha de que antes de P e B vem sempre o M, e pela primeira vez na vida eu entendi o porquê dessa regra! \o/ Ler essas coisas dá uma saudade dos tempos do colégio.

Já o livro "Tem Acento?" é uma conversa na sorveteria sobre gramática, onde a Luísa recebe várias dicas de sua tia. E essas dicas são ÓTIMAS, ainda mais nesses tempos de msn. É bem didático, mas tem umas sacadas muito boas. Recomendado para quem sempre sofreu nas provas de português com aquelas regras intermináveis.


Apesar de ser um livro infantil, pelo que a autora falou sobre sua intenção de tirar dúvidas de vários jovens universitários, decidi colocar os livros no mês de infanto-juvenil do desafio. Abram seus coraçõezinhos para os infanto-juvenis. Eles sempre nos encantam *o*

Desculpem-me pelo atraso.
Beijokas e inté.
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