quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Um Pouco de Hobbes, Locke e Drama (ou Minha Redação no Primeiro Concurso)

No final de 2010, eu prestei um concurso para ser técnica administrativa da UFG, mas infelizmente não passei. Talvez se tivesse estudado, eu tivesse conseguido, pois esses dias a Narrira me mostrou que chegaram a corrigir minha redação e eu fiz 37 pontos, de 40. \o/


Quando voltei da prova, digitei minha redação, mas nunca tive coragem de postá-la. O que eu acho mais legal no que escrevi, foi o tanto de coisa que eu coloquei do que estava estudando em Ciência Política II. Agora que eu pretendo fazer um cursinho para concurso (rumo a meta 06 da minha lista - passar em um concurso público), a notícia da nota na redação me anima. Ai vai o que eu escrevi:

Reflexões sobre a vida


       Há muito é consenso que o bem mais importante que se tem é a vida. Hobbes, em O Leviatã, coloca a preservação da própria vida como o direito natural de todo homem, mesmo no Estado de Natureza, onde não há governo, sociedade ou leis. Locke também acredita nesse direito natural e explica que o governo surgiu para criar leis que preservassem a vida dos homens. Antes disso, quando alguém agia contra a propriedade privada do outro (e temos inclusa ai a vida), qualquer pessoa poderia punir o mal feitor com a pena que achasse justa. Mas como evitar que várias pessoas julgassem e ainda punissem de formas variadas o mesmo ato? Criando o Estado. Mas, pensando na sociedade em que vivemos, o que acontece quando o Estado não cumpre com os seus deveres? A vida passa a ser banalizada.

       Essa afirmação pode soar exagerada uma vez que o Estado não é mais o único que molda a nossa sociedade, dada a grande influência das mídias; mas nos ajuda a entender o problema da banalização da vida. Um Estado com uma justiça lenta e desigual, com uma polícia que não nos respeita como seres humanos e políticos que desprezam as necessidades coletivas e agem visando apenas seu próprio bem; um Estado que ignora nossa liberdade e nossa igualdade de homem hobbesiano. Assim, começamos a perder nossa racionalidade e então passamos a não precisar de razões para banalizar a vida.

        O que dizer das mídias? Elas também são responsáveis por essa banalização. A televisão explora o sofrimento humano e nutre em nós uma espécie de sadismo que nos faz querer saber mais como a menina Nardoni morreu, apesar de repudiarmos a crueldade do caso. O cinema, com seus filmes de ação, mostra um anti-héroi disfarçado de mocinho, que mata quem for preciso para buscar vingança, glorificando a violência. 
         
        Até quando nos justificamos biologicamente, falando sobre o stress e a raiva, estes estão relacionados à valores que se formam socialmente, e logo não explicam a banalização da vida na atual sociedade. Afirmo que estas questões nos levam à reflexão e à busca da compreensão deste problema. E sim, é preciso refletir, como faz a pequena Mafalda, nas tiras dos jornais encharcados de sangue. É preciso valorizar a vida. É preciso saber viver.


O que acharam? Eu achei o final dramático haha! Já contei pra vocês que sou meio dramática, né?!
Beijokas e inté ;D

4 comentários:

  1. Gostei muito, mas lembrei de quando você me mostrou ela há um tempo atrás. Faltou alguma coisa e esses três pontinhos justificam a minha opinião, haha.
    Gostei também do modo que utilizou a ciência politica, precisa me ensinar. xD
    No geral, ficou massa!

    Não vou comentar nada sobre o tema, mas acho ele bem interessante para se analisar.

    Beijo Linda!

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  2. Espero que você consiga passar em um concurso, é só praticar mais um pouco que você consegue recuperar esses 3 pontos ;)
    Boa sorte!

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  3. Final... muito dramático!
    Mais ficou muito bom :D
    E quem disse que você não vai passar no concurso, pra mim você já tá é passada.! :D
    =*

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  4. "é preciso saber viver" é lulu santos ou paralamas do sucesso?

    eu gostei da sua redação, só achei que a responsabilização da banalização da violência ficou muito jogada ao suposto "estado" e a suposta "mídia". tem muitos outros fatores (que eu incluiria) como, por exemplo, as religiões, que disseminaram muitos tipos de discriminações ao longo dos séculos como o machismo, homofobia, etc. e até hoje assim o pregam.

    enfim, a redação, ainda assim, está ótima. principalmente porque você consegue organizar as ideias muito bem e escreve perfeitamente :)

    eu tenho a minha jogada em algum canto por aqui também.

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