No final de 2010, eu prestei um concurso para ser técnica administrativa da UFG, mas infelizmente não passei. Talvez se tivesse estudado, eu tivesse conseguido, pois esses dias a Narrira me mostrou que chegaram a corrigir minha redação e eu fiz 37 pontos, de 40. \o/
Quando voltei da prova, digitei minha redação, mas nunca tive coragem de postá-la. O que eu acho mais legal no que escrevi, foi o tanto de coisa que eu coloquei do que estava estudando em Ciência Política II. Agora que eu pretendo fazer um cursinho para concurso (rumo a meta 06 da minha lista - passar em um concurso público), a notícia da nota na redação me anima. Ai vai o que eu escrevi:
Reflexões sobre a vida
Há muito é consenso que o bem mais importante que se tem é a vida. Hobbes, em O Leviatã, coloca a preservação da própria vida como o direito natural de todo homem, mesmo no Estado de Natureza, onde não há governo, sociedade ou leis. Locke também acredita nesse direito natural e explica que o governo surgiu para criar leis que preservassem a vida dos homens. Antes disso, quando alguém agia contra a propriedade privada do outro (e temos inclusa ai a vida), qualquer pessoa poderia punir o mal feitor com a pena que achasse justa. Mas como evitar que várias pessoas julgassem e ainda punissem de formas variadas o mesmo ato? Criando o Estado. Mas, pensando na sociedade em que vivemos, o que acontece quando o Estado não cumpre com os seus deveres? A vida passa a ser banalizada.
Essa afirmação pode soar exagerada uma vez que o Estado não é mais o único que molda a nossa sociedade, dada a grande influência das mídias; mas nos ajuda a entender o problema da banalização da vida. Um Estado com uma justiça lenta e desigual, com uma polícia que não nos respeita como seres humanos e políticos que desprezam as necessidades coletivas e agem visando apenas seu próprio bem; um Estado que ignora nossa liberdade e nossa igualdade de homem hobbesiano. Assim, começamos a perder nossa racionalidade e então passamos a não precisar de razões para banalizar a vida.
O que dizer das mídias? Elas também são responsáveis por essa banalização. A televisão explora o sofrimento humano e nutre em nós uma espécie de sadismo que nos faz querer saber mais como a menina Nardoni morreu, apesar de repudiarmos a crueldade do caso. O cinema, com seus filmes de ação, mostra um anti-héroi disfarçado de mocinho, que mata quem for preciso para buscar vingança, glorificando a violência.
Até quando nos justificamos biologicamente, falando sobre o stress e a raiva, estes estão relacionados à valores que se formam socialmente, e logo não explicam a banalização da vida na atual sociedade. Afirmo que estas questões nos levam à reflexão e à busca da compreensão deste problema. E sim, é preciso refletir, como faz a pequena Mafalda, nas tiras dos jornais encharcados de sangue. É preciso valorizar a vida. É preciso saber viver.
O que acharam? Eu achei o final dramático haha! Já contei pra vocês que sou meio dramática, né?!
Beijokas e inté ;D
Gostei muito, mas lembrei de quando você me mostrou ela há um tempo atrás. Faltou alguma coisa e esses três pontinhos justificam a minha opinião, haha.
ResponderExcluirGostei também do modo que utilizou a ciência politica, precisa me ensinar. xD
No geral, ficou massa!
Não vou comentar nada sobre o tema, mas acho ele bem interessante para se analisar.
Beijo Linda!
Espero que você consiga passar em um concurso, é só praticar mais um pouco que você consegue recuperar esses 3 pontos ;)
ResponderExcluirBoa sorte!
Final... muito dramático!
ResponderExcluirMais ficou muito bom :D
E quem disse que você não vai passar no concurso, pra mim você já tá é passada.! :D
=*
"é preciso saber viver" é lulu santos ou paralamas do sucesso?
ResponderExcluireu gostei da sua redação, só achei que a responsabilização da banalização da violência ficou muito jogada ao suposto "estado" e a suposta "mídia". tem muitos outros fatores (que eu incluiria) como, por exemplo, as religiões, que disseminaram muitos tipos de discriminações ao longo dos séculos como o machismo, homofobia, etc. e até hoje assim o pregam.
enfim, a redação, ainda assim, está ótima. principalmente porque você consegue organizar as ideias muito bem e escreve perfeitamente :)
eu tenho a minha jogada em algum canto por aqui também.